stereoloser

30.8.04

Instinto Coletivo



Fim dos Jogos. Balanço? Satisfeito. Quatro medalhas de ouro não nos colocam na elite do esporte mundial, mas quem se importa? Não vou ser ufanista e falar “que maravilha, batemos nosso recorde de medalhas�, mas vocês sabiam que batemos nosso recorde de medalhas?
Atenas foi a Olimpíada que acompanhei mais de perto. Fiquei nervoso quando um atleta entrava para competir, suei, torci, e não apenas para o Brasil. Hungria e (quem diria) Argentina receberam meu humilde “vamos nessa�. Só o fato de ter torcido para nuestros hermanos –e acho que boa parte do Brasil também torceu- demonstra a quebra de paradigmas que o Olimpo reservou. Tanto que os paneleiros conseguiram, de uma vez, duas medalhas de ouro, inéditas até então na sua história.

Mas por aqui, várias surpresas, boas e ruins. De um lado a decepção com a seleção peladeira que sequer deu as caras na Grécia, do outro as meninas nos deixando orgulhosos. E voltariam pra casa com uma medalha dourada se não fosse a juíza cegueta.
Ficamos tristes com o quinto lugar da Daiane, mas sem esperar aparece o (até então) desconhecido maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima. Surpresa geral. E, de novo, a medalha seria de ouro se não fosse um fidumégua dum padre.
Essa porcaria de Santa Madre não satisfeita em catequisar nossos índios agora está atrás dos nossos atletas. Aliás, atrás não, do lado. Se estivesse atrás comeria poeira, como os concorrentes do Vanderlei até aquele momento (aqui você acompanha a história toda, caso ainda não saiba do que estou falando).

Enfim, acabaram e fiquei com vontade de saber em quantos 20 segundos eu consigo fazer os 100 metros rasos. Você não?

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Aleluia! Descobri uma segunda utilidade para o Orkut. Além de agenda de e-mails e buscador de velhos amigos ele serve para fuçar bandas fora do mainstream. Fiquei empolgado. Dá uma conferida em Tom Bloch. Para ouvir as músicas clique em “visite o site antigo�.
Talvez não seja novidade para algum leitor mais espertinho mas, para mim, um achado.

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“Ninguém regula a América� devia virar hino. Acho que outras bandas podiam juntar-se e regravar essa música que O Rappa fez com o Sepultura. Imagine Los Hermanos e Mombojó, Pato Fu e Iris, Relespública e (sugira). Os vizinhos também deviam brincar. Soda Stereo (que voltaria a tocar só por causa dessa música) e Café Tacuba, Molotov e Brujeria... Pura diversão.

(recado aos xiitas que torcerem o nariz ao ler o nome de qualquer uma das bandas citadas acima ou de alguma combinação insólita: vocês são feios, bobos, inimigos e têm hemorróidas).
Escrevi ouvindo: Ninguém Regula a América | O Rappa e Sepultura

24.8.04

Daisies Of The Galaxy



Na falta de pauta, aspas.
E eels dando as caras novamente por aqui.
(não vou colocar a letra em itálico porque ficou muito ruim de ler, mas vocês sabem que deveria estar).

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the girl with the curls and the sweet pink ribbon in her hair
she's crawling out her window 'cause her daddy
he just don't care
come on!

goddamn right it's a beautiful day
goddamn right it's a beautiful day

the clown with the frown driving down to the sidewalk fair
finger on the trigger let me tell you gave us quite a scare

goddamn right it's a beautiful day
goddamn right it's a beautiful day

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Tente ouvir o refrão e não balançar os pés. Tente!
Se quiser ver o resto da letra ...

Escrevi ouvindo: Mr. E's Beautiful Blues | eels

23.8.04

( )



Lágrimas doces misturadas ao meu suor salgado deram-me um líquido amargo que aplacou minha sede.
Não pude mais dormir.

Escrevi ouvindo: Untitled 1 | Sigur Rós

20.8.04

Run Devil Run



Menos de 4 meses, mil e cinco acessos e já comecei a ter preguiça deste blog.
De qualquer maneira 1005 é um número redondo. Quem traz a champagne?

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Muito já se falou sobre a QR* dessa semana, eleita como a melhor em anos. Por estar atrasado um dia me limito a dizer que ela venho no momento certo. Finalmente começo a me divorciar de Porto Alegre e assumir Curitiba como meu lar.
Há tempos não sentia o cheiro de enxofre como quarta passada. We Rock!!!

*aos incautos, QR é a abreviatura da Quarta Rock do James, o meu cantinho de sossego semanal.
Quer entender melhor? Vai aqui ó. Tem este também. Mais um. Opa. Outro. Já cansou? Então mais outro. É, fez sucesso mesmo. Então toma.
Esqueci alguém?

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Recorde pessoal e instransferível: 4 anos.
Fantástico!

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Depois disso tudo me abstenho de falar qualquer coisa sobre McCartney.

Escrevi ouvindo: Party | Paul McCartney

19.8.04

Chaos A.D.



Desde o começo da semana estou ensaiando para escrever sobre duas bandas de Curitiba mas ainda não consegui o contato para últimos acertos e informações. Nesse caso não lhes resta outra opção a não ser curtir o intervalo comercial.

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Na vida tudo é passageiro. Para nós, o passageiro é tudo.
Marco Aurélio – o advogado dos taxistas
Vereador 23222

Pronto. Ganhou meu voto. Aqui você confere a reprodução do santinho. E garanto mais surpresas, pequenos passageiros.

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Chegou o livro "Como enxergar bem sem óculos".

Adoro SPAM (pelo menos esse me fez rir).
Caso tenha interesse posso encaminhar o e-mail. É só pedir.

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Enquanto a Paula comemora 100 mil visitinhas o stereoloser vai remando em direção ao primeiro milhar. No momento em que escuto "Propaganda" faltam 30. Chegamos lá.

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Acho que não preciso apresentar a banda ao público, mas talvez alguém estranhe Sepultura em um blog considerado “mimimi� (prefiro low-fi). Pois é. Apesar de já ter rolado outras coisas pesadas por aqui, Sepultura é uma das poucas remanescentes da minha adolescência revoltada que continuo ouvindo com frequência.
Confesso que as vezes acho nonsexy o Yankee Foxtrot paquerando o Roots, mas aí separo os pombinhos e cada um continua ocupando seu espaço no meu coração.
Qualidade musical indubitável, bom para ficar com raiva, bom para acalmar e de brinde você leva o conjunto gritaria-dedo-no-olho. Os shows constumam ser impagáveis e o site é bomparacaraleo.
Se quiser questionar o estilo o problema é seu, mas não questione a qualidade. Pelo menos não na minha frente. Briga feia. Então ouve aí e chega de blablabla.

Escrevi ouvindo: Propaganda | Sepultura

17.8.04

Cruelty Without Beauty



“Também te doem as lágrimas quando caem?�.
Silêncio -penso. “Não choro�, foi a resposta.
“Pois tente agora�, sua pequena mão apertou meus testículos. O que era para ser dor foi prazer e chorei pela primeira vez.
Nunca mais consegui ter uma ereção. Apostei pequenas fortunas com prostitutas. Nunca perdi. Demônios. Pretensão achar que suas bocas imundas superariam aquela inocência e candura.
Alguns calendários no lixo. Encontro-a amamentando e sinto reação. Ela sorri. Quero beijá-la, mas um único e suficiente gesto de repulsa; “Papai não nos perdoaria�.
Arranco o bebê do colo e sinto o gosto do colostro. Sabia que naquele momento mataria minha única chance de cura e meu único amor.
O cheiro de uma vagina é sagrado.

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Promoloser
Em "Diário de um fescenino" (Rubem Fonseca), Rufus, o protagonista/narrador, acusa críticos e leitores de confundir obra e autor, ou seja, imaginam que o que está escrito faz parte (necessariamente) da vida de quem escreveu.
O protagonista dá nome e sobrenome a esse tipo de comportamento.
O primeiro a postar o nome da síndrome leva pra casa o "Human Conditions", do Richard Ashcroft (ex-vocalista do The Verve).
Dica: Philip Roth. Mais do que isso fica muito fácil.
Go to Google, little worms. Go!

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Soft Cell é um projeto do Marc Almond, cultuado na década de 80.
É um eletrônico chatinho mas muitos comparam sua voz e estilo ao Morrissey. Acho exagero. De qualquer maneira não consegui encontrar música -e até mesmo o nome do CD- mais perfeitos para esse post.
Também não consegui o mp3 de "Caligula Syndrome" (ouvi em streaming), mas estou colocando o link de "Tainted Love". Ouçam. Além de relembrar os bailinhos 80's vão reconhecer Soft Cell. Tirem suas próprias conclusões.

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Escrevi ouvindo:
Caligula Syndrome | Soft Cell
Tainted Love | Soft Cell

13.8.04

Automatic For The People



Se você está chegando agora recomendo a leitura do post anterior. Isto é uma gravação e o fim da série "Merdas de WC".

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"O mercado não se sustenta".
É mesmo? Até concordo, mas posso arriscar dizer onde está o erro? O mercado insiste em investir em sub-produtos musicais descartáveis, como a autora da frase que deu origem a esse texto.
Eu já comprei alguns CDs desse tipo, confesso. Sabe o que aconteceu? Eu nunca mais sequer toquei neles. Ouvi quando estava em alta e hoje tenho nojo só de olhá-los. Duvido que isso só aconteceu comigo (por favor, desconto, eu era bem mais jovem).
Vamos novamente apelar para a lógica. Digamos que eu realmente tenha gostado daquela música que toca na novela (não estou dizendo que todas as músicas que tocam na novela são descartáveis, mas convenhamos que todas enjoam depois de um tempo). Eu vou lá e compro o CD. Cansei, não escuto mais e o dito fica lá na prateleira, paradão, com cara de besta. Se eu sei que o produto que vou comprar é descartável, e isso descobri rápido (não sou tão burro assim), porque gastar trinta realezas se meu amigo ali do centro me oferece por cincão? Não quero saber de encarte nem de silk no CD. Pega a Pilot e tasca um “Rei� aí que tá loco de bão.
Agora tente investir no mercado alternativo, como faz a Trama, e veja no que dá. Esse é o público que compra CD porque gosta de encarte, porque tem prazer em ter o CD original, como eu e a maioria de vocês que lêem esse blog. É um público que também pirateia, mas quando acha o CD por um preço razoável abre a carteira, mesmo que tenha o CD perna-de-pau em casa. Mercado alternativo não dá disco de ouro? Não, é verdade, mas com certeza é um público fiel -fidelidade não é a palavra do momento?
Já que falamos em preço, só eu acho R$30,00 por um CD um roubo? E não me diga que não dá pra fazer barato que eu listo aqui os CDs que eu paguei menos de R$10,00 e aí sim vocês vão ver o que é um post grande. E não estou falando da série Millennium.

"Só os grandes se mantém".
Alguém aí, por favor, pode me citar algum movimento, protesto, qualquer coisa do gênero, em que os “grandes� compraram a briga dos pequenos?
Alías, não é incrível que depois da Internet pipocaram milhares de bandas novas -e pequenas? Ruins, boas, péssimas, excelentes. Temos aos montes e ao gosto do freguês.
Eu não lembro como descobria bandas fora do mainstream antes da net. Tente você (e não vale pedir ajuda pro Digão). Se lembrar me conte.
Bom, acho que não preciso dizer mais nada, né?

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Confesso que fiquei meio triste ao ver o texto desmembrado. Parece que em capítulos perdeu um pouco do que eu queria dizer mas acho que não tinha outra alternativa. Bom, é isso. semana que vem outros assuntos. Divirtam-se, pequenos vermes.

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Por falar em diversão, dá uma olhada nisso aqui. É o Words New Music Media, uma boa opção para o final de semana.

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"Calculate the capital, up the republic my skinny ass.
T.V. tells a million lies. The paper's terrified to report
anything that isn't handed on a presidential spoon,
I'm just profoundly frustrated by all this. So, fuck you, man".


Apesar da letra acima ter sido escrita há mais de 12 anos ela me parece bem atual. Aproveitei um pouco da indignação do Michael Stipe com os seus compatriotas para aliviar um pouco a minha. É bom saber que não estamos sozinhos e essas coisas não acontecem só no Terceiro Mundo.
Novidade. Clique no nome da música ai embaixo se quiser ouvi-la.

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Escrevi ouvindo: Ignoreland | R.E.M.

12.8.04

Whip It On



Se você está chegando agora recomendo a leitura do post anterior. Isto é uma continuação.

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"Com a pirataria e a Internet, as gravadoras deixam de contratar por falta de verba".
Hum! Deve ser por isso que o resto das empresas também não está contratando. Maldita Internet. Agora tudo faz sentido. A novidade é que eu não sabia que estavam pirateando carros, alimentos, casas...
Eu ia parar por aqui, mas tenho alguns segredinhos para contar.
Além da recessão, que é um problema que atinge quase todos os setores, existe um agravante que as gravadoras insistem em não mostrar.
Por favor, acionem Tico&Teco e raciocinem comigo. Tínhamos um tipo de mídia para reprodução sonora, que podia ser o bom e velho vinil ou a quase totalmente falecida fita K7. Em um determinado momento essas mídias foram aposentados para que o formato digital invadisse nossas vidas hi-tec. Não é natural que eu, porco-capitalista-consumista, queira embarcar na nova tecnologia? Eu adoro novidades e não quero ficar para trás. Logo, além de adquirir novos discos eu preciso renovar minha “musiteca�. Aquela coleção adolescente do Kiss? Quero-a em CD. Iron Maiden, AC/DC, Luan e Vanessa? Quero tudo em CD. TUDO!
A matemática me diz que essa situação cria um boom na venda de CDs. E como todo produto –vamos voltar às aulas de marketing- ele tem um ciclo de vida. Eu diria que estamos vivendo a estabilização, quem sabe até o declínio. Ou seja, é natural que a indústria fonográfica venda menos do que há alguns anos.
E a Internet? Queridas gravadoras, aprendam a usar a ferramenta. Tem gente que já está fazendo isso. Copiem. Não é isso que vocês grandes empresários fazem a vida inteira? Copiam as grandes idéias?
O Club Social está aí para não me deixar mentir. O snack ganhou clones de todos os tipos.
Existe algum furo no raciocínio que não consigo ver?

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Essa noite tive o pesadelo/sonho mais estranho da minha vida. Não quero interromper a série por isso fico devendo essa para mais tarde. Acreditem, eu nunca tinha passado por nada assim na minha vida. Acho que isso vai ser interessante.

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Escrevi ouvindo: Do You Believe Her | Raveonettes

11.8.04

They Threw Us All in a Trench and Stuck a Monument on Top



“O cenário musical está bem difícil. Com a pirataria e a Internet, as gravadoras deixam de contratar por falta de verba. O mercado não se sustenta. Só os grandes se mantêm�.
Wanessa Camargo, cantora, durante entrevista para os repórteres-mirins no dia 28 de julho.
Retirado da Gazetinha, suplemento infantil da Gazeta do Povo, edição de sete de agosto de 2004.

Confesso que é difícil saber por onde começar. Tantas informações escondidas em uma pequena sentença. Vou tentar frase a frase. Vamos ver no que dá. Em tempo. Esse posts ia ficar muito grande, por isso o dividi em capítulos. A cada dois dias uma parte, combinados?

"O cenário musical está bem difícil".
Viver em um país desenvolvido tem desses problemas. Estamos tão ocupados em cuidar dos nossos investimentos e posses que não temos mais tempo para comprar ou ouvir CDs.
Afinal de contas, gerenciar quatro casas, sem contar as que ficam fora do Brasil, consome um bom tempo. Ainda bem que tirando o musical os outros cenários do nosso amado ZilZilZil vão de vento em popa.

To be continued...

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Devido a incompatibilidade do critério exigido na "promoção" do post anterior, realizei um sorteio honestíssimo, auditado por mim mesmo. O vencedor foi esse pulha aqui .

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Escrevi ouvindo: Grown Men Don't Fall in the River, Just Like That | Liars

5.8.04

O Som


Posted by Hello

Pequenos vermes, stereoloser em nova fase a partir de hoje.
Por enquanto é apenas experimental. Se não der certo, volta à falta de padrão habitual.
Confiram aí o que muda.

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Vou comprá-los. De vez em quando alguém vai ganhar um CD -manufaturado, claro.
Como farei isso? Vai variar, mas explicarei tudo direitinho no post-promoção.
Para não parecer tão capitalista, vamos encarar como o cumprimento de um desejo do Senhor. Estou compartilhando assim como Ele fez com pães e peixinhos.

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O título do post será também um link para a página do artista em questão -obviamente quando houver. Não é o caso desse post.

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Até hoje as bandas ficaram apenas como pano de fundo. Vamos mudar o quadro. De vez em quando vou escrever alguma coisa sobre elas.
Mas aviso logo, sou passional, tendencioso e não tenho a menor pretensão de fazer resenhas críticas ou jornalismo.
Vai servir para quem não conhece se interessar (ou não) e para quem conhece discutir e contestar.

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Fiz um review geral de tudo que rolou por aqui e percebi que deixei a nossa boa música de lado. Até encontrei motivos para isso mas eram apenas desculpas. Medo talvez. Agora estou pronto. Vesti minha camisa da seleção.

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É uma pena não poder falar muito de Meirelles e os Copa5. Me falta conhecimento para dizer algo além de eles são foda. Sei que o Prof. Koppe e o Charlie conhecem bem. Quem sabe mais pra frente eu arrecade informações suficientes para escrever algo.

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Vamos começar a brincadeira. O primeiro a me dizer se existe e onde posso comprar, aqui em Curitiba, um DVD-R de 7Gb ou mais (sem ser pela internet) leva pra casa o Jardim Elétrico, dos Mutantes.
No caso do felizardo já possuir o Jardim Elétrico combinamos outro CD, assim como a forma de entrega (pra fora de Curitiba também).
Então povo, se agiliza aí. Ah, e também digam o que acham das mudanças, por favor.

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Escrevi ouvindo: O Novo Som | Meirelles e os Copa5

3.8.04

Aw Cmon


Posted by Hello

Simples homenagem ao grande amigo e irmão que ganhei na faculdade.
Parabéns Charlie. E chega de inferno astral.

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Escrevi ouvindo: I Hate Candy | Lambchop