Automatic For The People
Se você está chegando agora recomendo a leitura do post anterior. Isto é uma gravação e o fim da série "Merdas de WC".
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"O mercado não se sustenta".
É mesmo? Até concordo, mas posso arriscar dizer onde está o erro? O mercado insiste em investir em sub-produtos musicais descartáveis, como a autora da frase que deu origem a esse texto.
Eu já comprei alguns CDs desse tipo, confesso. Sabe o que aconteceu? Eu nunca mais sequer toquei neles. Ouvi quando estava em alta e hoje tenho nojo só de olhá-los. Duvido que isso só aconteceu comigo (por favor, desconto, eu era bem mais jovem).
Vamos novamente apelar para a lógica. Digamos que eu realmente tenha gostado daquela música que toca na novela (não estou dizendo que todas as músicas que tocam na novela são descartáveis, mas convenhamos que todas enjoam depois de um tempo). Eu vou lá e compro o CD. Cansei, não escuto mais e o dito fica lá na prateleira, paradão, com cara de besta. Se eu sei que o produto que vou comprar é descartável, e isso descobri rápido (não sou tão burro assim), porque gastar trinta realezas se meu amigo ali do centro me oferece por cincão? Não quero saber de encarte nem de silk no CD. Pega a Pilot e tasca um “Rei� aà que tá loco de bão.
Agora tente investir no mercado alternativo, como faz a Trama, e veja no que dá. Esse é o público que compra CD porque gosta de encarte, porque tem prazer em ter o CD original, como eu e a maioria de vocês que lêem esse blog. É um público que também pirateia, mas quando acha o CD por um preço razoável abre a carteira, mesmo que tenha o CD perna-de-pau em casa. Mercado alternativo não dá disco de ouro? Não, é verdade, mas com certeza é um público fiel -fidelidade não é a palavra do momento?
Já que falamos em preço, só eu acho R$30,00 por um CD um roubo? E não me diga que não dá pra fazer barato que eu listo aqui os CDs que eu paguei menos de R$10,00 e aà sim vocês vão ver o que é um post grande. E não estou falando da série Millennium.
"Só os grandes se mantém".
Alguém aÃ, por favor, pode me citar algum movimento, protesto, qualquer coisa do gênero, em que os “grandesâ€� compraram a briga dos pequenos?
AlÃas, não é incrÃvel que depois da Internet pipocaram milhares de bandas novas -e pequenas? Ruins, boas, péssimas, excelentes. Temos aos montes e ao gosto do freguês.
Eu não lembro como descobria bandas fora do mainstream antes da net. Tente você (e não vale pedir ajuda pro Digão). Se lembrar me conte.
Bom, acho que não preciso dizer mais nada, né?
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Confesso que fiquei meio triste ao ver o texto desmembrado. Parece que em capÃtulos perdeu um pouco do que eu queria dizer mas acho que não tinha outra alternativa. Bom, é isso. semana que vem outros assuntos. Divirtam-se, pequenos vermes.
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Por falar em diversão, dá uma olhada nisso aqui. É o Words New Music Media, uma boa opção para o final de semana.
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"Calculate the capital, up the republic my skinny ass.
T.V. tells a million lies. The paper's terrified to report
anything that isn't handed on a presidential spoon,
I'm just profoundly frustrated by all this. So, fuck you, man".
Apesar da letra acima ter sido escrita há mais de 12 anos ela me parece bem atual. Aproveitei um pouco da indignação do Michael Stipe com os seus compatriotas para aliviar um pouco a minha. É bom saber que não estamos sozinhos e essas coisas não acontecem só no Terceiro Mundo.
Novidade. Clique no nome da música ai embaixo se quiser ouvi-la.
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