stereoloser

31.5.04

Comparsa



Ganhamos (sem querer) um participante de peso na campanha para extermínio da GVK7 (quem não entender, leia post abaixo).
Só hoje vi o Caderno G de domingo (30 de maio), mas na contracapa tem uma matéria de página inteira com o título “Quando o público merece vaia�.
Parece que precisa ter login do TudoParaná para acessar a matéria online, então não tem link. Abaixo vou reproduzir as dicas - só as para cinema, teatro e shows- que a Themys Cabral escreveu pra Gazeta. Ainda tem para museu, concerto e até para lançamento de livro.

Dá pra ver que ela fez barba, cabelo e bigode. Eu planejava incluir num post futuro outros eventos onde encontramos a GVK7, como os citados acima, mas ela foi mais rápida. Sim, a praga está se alastrando, por isso precisamos combatê-la. Quem ainda tiver o jornal dá uma lida que vale a pena. Eu, por exemplo, vou levar a página na carteira daqui pra frente. Themys, não te conheço, mas virei fã.

Comentários meus em itálico.
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DICAS:
• Desligue o celular. Se tiver esquecido e ele tocar, não atenda (mas desligue sua anta).
• Tente evitar tossir ou bocejar o tempo todo.
• Não converse ou faça comentários paralelos durante o filme.
• Não faça barulho com papéis de balas.
• Evite barulho de beijos quando se está acompanhado do namorado(a).
• Não deixe restos de comida e lixo pelo chão.
• Evite atrasos.
• Não deixe para decidir na hora ao que vai assistir. Procure se informar antes sobre o que vai ver.
• Se não estiver gostando do filme vá embora, mas não atrapalhe os outros.
• Lembre-se que você não está em casa, em frente à sua TV.
• Não use flashes para tirar fotografica (obviamente ela está falando sobre teatro, mas não duvido que daqui a pouco a gente presencie uma cena dantesca dessas no cinema).
• Não leve crianças a filmes que não são infantis. Se levar e ela começar a chorar, saia para tentar acalmá-la. Para tanto, sente num lugar fácil para sair.
• Não fure fila.
• Só aplauda de pé se realmente achou o espetáculo excepcional, e não porque todos estão de pé.
• Não insista para a banda tocar determinada música.
• Nem fique tentando ter acesso ao repertório.
• Não seja grosseiro a ponto de xingar porque a banda não está tocando a música de sua preferência.

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Escrevi ouvindo: Comparsa | Deep Forest

30.5.04

Um Dia De Fúria


Posted by Hello

Convido todos os 4 ou 5 leitores desse blog –a velha piada loser aqui é realidade- para pegarem sua pipoquinha e acomodarem-se confortavelmente em suas poltronas. Hoje vamos falar sobre cinema e este será um post gigante, proporcional ao tamanho de minha ira. Por favor, desliguem seus pagers e celulares (raios, você conhece alguém que ainda use pager?).
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Cenas clássicas: casal apaixonado enfrentando tudo e todos apenas para trocar juras de amor eterno; comediantes emendando uma piada após a outra num ritmo de tirar o fôlego; longos diálogos filosofando sobre os porquês do universo (só para incluir uma cult no cardápio) ; aventuras malucas no meio de uma fantástica guerra de pipocas. Guerra de pipocas? Sim, essas são cenas reais de um documentário sobre a geração vídeo cassete.

Quando esse aparelho de algumas cabeças e nenhuma alma surgiu, muito se especulou sobre o fim da 7ª arte. E após um bom tempo, venho aqui para dizer que eles estavam certos -ou pelo menos quase.

Das últimas 30 ou 40 vezes que fui ao cinema, em todas –e não é força de expressão- havia um grupo de bobalhões querendo competir pela minha atenção com a telona. Seja chutando minha cadeira, fazendo piadas tão idiotas quanto as suas próprias pessoas ou tentando falar mais alto que o Sean Penn ali na frente.
Para mim há uma explicação para a crescente onda desse grupo feio, bobo e inimigo. E o culpado é o vídeo cassete.
Explico. Essas infelizes criaturas acostumaram-se a ver filminhos ao lado de seus amigos e familiares no conforto de seus lares. Esse ambiente é extremamente propício para fazer piadinhas ou comentários. Concordo. E acho até saudável. Imagine só:

- Nossa, olha como o Shrek é parecido com o seu chefe, papai.
- E o Burro com a tagarela da vizinha.
- HAHAHAHA.
- E essa Fiona aí?
- Ah, aposto como ela tem estria.
- HUAHUA... Huããnh? Cade o filme?!?
- Ai, desculpe gente. Acho que sentei no controle remoto.

Carambola, ótimo! Muito divertido. Estou rindo até amanhã imaginando essa fantástica cena doméstica. Ei, eu disse doméstica. Faça isso em casa seu grande bando de imbecis. No cinema eu gosto de silêncio. E posso garantir que não sou o único. Talvez eu me irrite mais do que a maioria, com isso posso concordar, mas é que eu já estou de saco cheio de vocês.
Vá lá, um comentário aqui e outro ali não tem problema. Afinal de contas, ninguém é de ferro. Mas o filme inteiro? Não tá interessado? Eu tô. Vai conversar lá fora, ô diabo. Vai pro show de calouros fazer suas piadinhas toscas. Melhor, vai para o raio que o parta (estou aliviando nos palavrões devido ao público infantil deste blog de família).

Há quase cinco anos atrás, Mateus da Costa Meira foi um extra de "Um Dia de Fúria" e coadjuvante de "Clube da Luta".
Como sempre, os teóricos de plantão apareceram para explicar o que não se explica. Nada me irritou tanto como culpar o filme. O garoto ainda não tinha sido apresentado à Tyler Durden (protagonista) e metralhadoras não são conjuradas, logo o ato foi premeditado. Fim de discussão, não é sobre isso que estamos falando. O que eu quero é contar um segredinho para vocês.
Não foram as vozes. Quer dizer, foram, mas não as que ele afirmou ter dentro da cabeça, porque isso é muito clichê. Foram as vozes incansáveis da geração vídeo cassete.
Sim, faz sentido. Eu prefiro acreditar que MCM ficou de saco cheio e resolveu dar um basta nos tagarelas.
Como eu fiquei torcendo para que a Globo me chamasse para expor minha teoria ao invés de ter que ouvir neguinho afirmando categoricamente que os filmes violentos eram a “causa de toda a dor do mundo� (frase de um bispo). Se isso tivesse acontecido, hoje teríamos um ícone do Movimento Para o Fim da GVK7 -quem sabe até uma estátua do Mateus- e esses bocabertas pensariam duas vezes antes de tentar competir com o protagonista pelo número de falas. Aliás, fico imaginando a cena: “Aha! Eu sou muito mais melhor de bão que o Neo. Ele só teve 3178 falas durante o filme. Eu consegui o dobro�.

Por esses e outros motivos conclamo a nação -ei, isso é com você também- a fazer sua parte antes que o meu remedinho perca o efeito. Encontrou um membro da GVK7? Peça delicadamente que pare de incomodar. Mas preapare-se. É típico desses seres retrucar, mandar você “ficar na sua� ou proferir a célebre “os incomodados que se retirem�. Não se desespere. É um comportamento de auto-defesa comum dessa espécie. Mas o bom senso normalmente é ativado e tudo ficará bem depois do ataque histérico. Afinal, a moral frente ao grupo foi ameaçada (a mãe natureza nunca falha). Mas se insistir, peça mais uma vez, em um tom um pouco mais ríspido. Se a coisa continuar, ligue para mim que eu irei com o maior prazer dar umas boas palmadas no bumbum dessa gente mal criada ou melhor, faça isso você mesmo. É fácil, e muito mais saboroso do que você pode imaginar. Tenha um bom filme!
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Ps’s obrigatórios sobre esse texto:
a) Obviamente o texto foi escrito em tom irônico. Eu não acho que o Mateus seja um santo e que o seu ato tenha sido louvável. Muito menos que ele mereça uma estátua.

b) Eu não acho que as pessoas que morreram naquele dia sejam piada e não tenho intenção de magoar as famílias das vítimas. Só acho que virou mania se reprimir por causa do politicamente correto. E politicamente correto é coisa de gringo e gringo atira bomba nos antigos parceiros e tortura preso. Eu não quero ficar que nem eles.

c) O movimento é sério. Faça e siga suas próprias regras, mas ajude a combater essa racinha miserável. Está totalmente autorizada a cópia desse texto (e nem precisa dar os créditos, só copia caramba). Algumas sugestões de uso: cole no seu blog, mande por e-mail para os amigos e para a namorada dizendo que foi você que escreveu, passe por fax, coloque no cardápio do seu restaurante, na porta do banheiro da faculdade ou do escritório, enfim, qualquer coisa, mas faça.

d) Não. Não tomo remedinhos e eles não vão perder o efeito. E também não tenho a menor intenção de matar ninguém numa sala de cinema (vontade é outra história).

e) Se você chegou até aqui, fica o meu muito obrigado. Um beijo pra você mamãe!

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Escrevi ouvindo:
Porrada | Titãs
Respeito é Para Quem Tem | Sabotage
All You Need Is Hate | Delgados
Straighthate | Sepultura
Hateful | The Clash
Learn To Hate | Silverchair

27.5.04

100th Window



Estou tentando corrigir o "problema" com os comentários.
O blogger só permite que "assine" quem for usuário. Do contrário, meu amigos viram anônimos.
Frangalhos! Meus amigos têm nome, não são anônimos. Blogger maldito.

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Em breve um post novo. Para massacrar a maldita geração videocassete.

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Explicando um pouco a lógica do stereoloser (odeio fazer isso mas tem gente cobrando):

1 - O tí­tulo do post seá¡ normalmente um nome de CD. Issoé© uma regra. Eu adoro quebrar regras.
2 - As vezes o nome do CD tem a ver com o conteúdo do post. As vezes não.
3 - A imagem (sim, vou explicar até isso) é a da capa do referido CD.
4 - O conteúdo é variado. Só não é diário (só o da morte do meu fone foi, mas uma nota fúnebre tão importante tem o direito de quebrar a regra).
5 - O "escrevi ouvindo" é a música que eu estava ouvindo quando escrevi. Sim. Acredite. Simples assim.
6 - A música que eu estava ouvindo obrigatoriamente tem a ver com o conteúdo (ler parte final item 1).
7 - A barrinha aí­ ao seu lado direito. Os nomes das "sessões" (com dois s's?) são nomes de múicas seguidos pelos seus intérpretes e referem-se ao conteúdo daquela sessão. Por exemplo:
a) loser (música) | beck (quem canta): sobre o stereoloser.
b) About Me: não consegui mudar isso no template. Era pra ser "about a boy | badly drawn boy".
c) another day | air: post antigos.
d) alright hear this | beastie boys: links (bons por sinal. vai lá seu mala).
e) dead things | philip glass: arquivo
8 - O "I Power Blogger" não tem nada a ver comigo. É do template.

Pronto. Faltou alguma coisa?
Escrevi ouvindo: Name Taken | Massive Attack

24.5.04

You Gotta Go There To Come Back



Uma parte importante de mim foi-se.
Meu fone, meu querido fone simplesmente faleceu.
Péssimo substituir aquilo que você amou.

Escrevi ouvindo: I Miss You Now | Stereophonics

21.5.04

The Decline of British Sea Power



Tomou banho de chuva sem medo de gripar. Construiu castelos de areia torcendo para que o mar descompactasse os grãos. Um fio de nylon com cerol levou o brinquedo e ele riu. Dirigiu uma multinacional e não enfartou. Muito menos ficou preocupado em dissimular as trepadas com a estagiária do segundo andar (ainda não sabia o que é falta de alguém para satisfazer o sexo).

Além de empresário foi bombeiro, médico, engenheiro, motorista de ônibus, jornalista, lixeiro. Foi veterinário sem saber que esse era o nome. E foi tudo isso de novo.

Então o corpo cansou de ser pequeno.

Agora alcança o pote de biscoito sem empilhar caixas e não tem medo de ser apanhado. Pode assistir todos os programas que quiser, inclusive o color bars. Dorme fora de casa sem pedir a ninguém. Mas além de ter perdido a graça, teve que escolher uma única profissão e descobrir que antes é que era divertido.

Corpo filho da puta.

Escrevi ouvindo: Childhood Memories | British Sea Power

19.5.04

Dummy



Muito bom. Reparem na segunda pergunta. Creio que em menos de dois anos teremos mais um CD de R$ 90,00 nas prateleiras. Bolso, pra que te quero bolso?
Uma pena não poder ir no $how. Fica pra próxima, Massive.
(Valeu Heitor)
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Folha de S.Paulo - Como serão os shows? Vão trazer uma banda completa?
Daddy G - Sim, será mais ou menos como da outra vez. Teremos [o cantor reggae] Horace Andy. Na nossa última tour, Sinead [O'Connor] participou conosco. Desta vez Sinead não irá, pois parece que ela não quer mais fazer shows. Então levaremos [a cantora escocesa] Dot Allison. Ela ficará com os vocais de Sinead. Até fizemos uma nova canção com ela.

Folha de S.Paulo - Mas por que não vemos mais álbuns de trip hop?
Daddy G - Porque a maioria das bandas chamadas de trip hop não faz mais esse som. Sabia que há um CD do Portishead vindo aí?

Folha de S.Paulo - É mesmo?
Daddy G - ɉ. Deve ficar pronto em uns dois anos [risos]... Mas esperamos lançar o próximo disco o mais rápido possí­vel, no começo do ano que vem. Nem sei o que é trip hop, ou bandas de trip hop.

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Escrevi ouvindo: Glory Box | Portishead

Strange But True



Um indivúduo andando em zigue-zague no meio da rua. Quase atropelado uma, duas, sabedeus quantas vezes. Realmente preocupado com o ébrio -apesar de outras fontes afirmarem que ele era apenas "coisado"-, celular em punho, disquei para o eficiente 190.
Após algumas tentativas -Cliente ocupado. Tente novamente mais tarde- fui atendido por uma gentil senhora. Informadas localização aproximada, roupa, altura, RG e CPF do bebum, preciso dizer exatamente onde ele está.
Mesmo sabendo que não existe a menor possibilidade de pontuar um endereçoo de um indivíduo em movimento -sim. ele está na professor brandão n. 512. quer dizer, 514. iiiih. no meio da rua não tem número!- resolvo colaborar e dar uma referência mais exata.
Dou a volta na quadra e a gentil atendente -ligue mais tarde quando souber informar- tu, tu, tu...
Alvo localizado com a ajuda do GPS da minha SUV, ligo novamente para o 190.
- Pois não, em que posso ajudar?
Repasso novamente os dados e após algumas perguntas -ele está oferecendo risco de vida?- sou delicadamente informado que esse não é mais um caso para a liga da justiça. Preciso ligar para o 156, Resgate Social.
Finalmente um ser humano do outro lado da linha e, após mais alguns procedimentos, meu papel de cidadão terminou -será?

Deve ser um saco passar a madrugada atendendo gente grossa, chamados urgentes para retirar gatinhos de árvores mas um treinamento báqsico não deve fazer mal a ninguém.

Infelizmente o Resgate Social não conseguiu encontrá-lo. Mas ligaram para avisar.
Espero que nenhum motorista tenha se complicado nessa noite do dia 18, por ter atropelado um ser esquisito que borboleteava pelo Alto da XV.

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Escrevi ouvindo: I Was The Fool Beside You For Too Long - Yo La Tengo