stereoloser

21.9.04

A Vida é Doce



Apesar de ter várias pautas engatilhadas, não estou com vontade de postar nenhuma e também não consegui pensar em nada mais.
Em busca de inspiração, ajoelhei e pedi que deus G. me iluminasse. Digitei "assunto" em imagens e o resultado foi este.
Não sei se a ordem da resposta é sempre a mesma, mas por aqui apareceu uma banda que não reconheci (confesso que não me esforcei).
De qualquer maneira isto é só para provar para os mais chatos que não sou bitolado, pois até deus sabe que música faz parte do meu destino.

A principal culpada por esse meu "vício" é minha prima, que como reza a lenda, foi a responsável por minha iniciação. Sim, ela me apresentou ao rock e me salvou do breguerê bubblegum que inundava as rádios nos meados da década de 80.
Sempre arrisquei umas espiadas na sua coleção de vinil mas nunca tive coragem de ir além. Porém um dia (como tinha que ser) ficamos sozinhos. Intrigado com a imagem de uma capa, perguntei que tipo de som era aquele.
"Você não conhece Pink Floyd? Não acredito. Vamos corrigir isso agora"!
Fiquei perplexo e até um pouco encabulado com a respota, mas estava disposto a novas descobertas. E não acreditei no que ouvi em seguida. Era simplemente incrível.
Fui presenteado no mesmo dia com três fitas K7s. Cazuza, Pink Floyd e Lobão.
Por isso, diga o que quiser, nunca vou desprezar esses três. Mimado, velharia, ultrapassado? Dane-se, porque a primeira vez a gente nunca esquece -e também não renega.

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Por influência do Garbin acabei desenterrando Lobão da memória e comprando este CD.
A música abaixo, faixa-título do CD, tem um ar de desespero raro e a letra é fenomenal.
Reparem na parte em itálico. Será que a expressão é a banalizada "eu te amo"?


A Vida é Doce
Com a mesma falta de vergonha na cara
eu procurava alento no seu último vestígio
no território da sua presença, impregnando tudo
que eu não posso, nem quero, deixar que me abandone

São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro
no presente que tritura, as sirênes que se atrasam
pra salvar atropelados que morreram, que fugiam
Que nasciam, que perderam, que viveram tão depressa (depressa demais)

A vida é doce (depressa demais)

E de repente o telefone toca
e é você do outro lado me ligando
devolvendo minha insônia, minhas bobagens
pra me lembrar que eu fui a coisa mais brega que pousou na tua sopa.

Me perdoa daquela expressão pré-fabricada
De tédio, tão canastrona que nunca funcionou nem funciona.


Me perdoa (a vida é doce)
A vida é doce (depressa demais)

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Sinceramente acho que amigos deveriam presentear-se informalmente com CDs caseiros. Sem data ou motivo especial.
"Olha só que bacana o que eu achei esses dias, vê se gosta".
Gesto simples que fortalece a amizade, aumenta sua discoteca e sai por menos que uma passagem de ônibus. E sim, eu faço isso de vez em quando.
Falando em presente, mega-promoloser rolando até o fim do mês. Não esqueçam!
Escrevi ouvindo: A Vida é Doce | Lobão