Irreversível
- Desde o início?
- Ingrid, eu te amo.
O tempo passou, as coisas mudaram. Ingrid entrou cada vez mais em minha vida. Cada vez melhor. Joana agora não passava de uma lembrança boa, apagado todo o medo rancor dor e esse tipo de coisa. Joana agora era clara e sólida. Ingrid, esfumaçada por uma névoa de sonho e coisas boas, envolta numa aura intocável de cumplicidade. Ingrid, minha cara-metade, a que eu merecia e que estava guardada, a certa e intocável. Tínhamos ambos certeza disso.
- Cara! A Ingrid é tudo que eu sempre sonhei, é fantástica, é um sonho. Desculpa, mas não consigo não ser brega quando falo dela.
- Ah, sei lá, você não pára de falar nela, sumiu de repente, nem os amigos você vê com tanta freqüência.
- Que diabos é apanhadinho?
- Está apanhadinho por esta Ingrid hein?
E foi exatamente o que fiz. Decidi tentar. Uma duas três quatro vezes, cada vez me saía melhor. Não foi fácil, custou muito, mas um dia encontrei Ingrid. As coisas entre nós eram realmente fáceis, era fácil lidar um com o outro, ela complementava Joana, era menos fria, mais atenciosa, desde o primeiro momento tive a sensação de que nos conhecíamos há anos. Pela primeira vez em tanto tempo dormi pensando em alguém que não fosse Joana.
- Que tal tentar meu amigo?
- Não consigo me dedicar a ela porque Joana me incomoda e incita comparações e não some da minha vida.
- E aquela menina que você andava saindo?
- Não, todo dia ela martela meus dedões do pé e vai subindo, passa por minha barriga e leva embora minha fome, sobe até minhas unhas e faz com que elas desapareçam, chega na minha cabeça e toma todo o lugar.
- Você ainda não esqueceu Joana, não é?
Não teve jeito mesmo. Joana até gostava de mim, de um jeito que não me satisfazia mas era o máximo que ela podia dar. Talvez tenha sido isso que nos atrapalhou tanto, a expectativa de querer mais de um lado e o medo de não ser capaz de fornecer isso de outro. Incompatibilidade de expectativas, ou algo por aí.
- Joana, Joana, sua filha da puta miserável desgraçada. Desapareça da minha vida, dos meus pensamentos, do meu estômago, por favor!
Não teve jeito. Joana estava decidida. Ela queria curtir a vida. Talvez estivesse no seu direito, apesar de me machucar e desmontar em vários pedaços, sim, era seu direito. Horrível perder o controle e não ser capaz de dominar a situação por depender de outra parte.
- Joana não me deixe isso é uma grande cagada você é a pessoa perfeita pra mim isso não pode estar acontecendo!
- ...
- Joana eu te amo.
Escrevi ouvindo: Falling to Pieces | Faith no More
-----
Para este miserável André, meu amigo, comparsa, parceiro, irmão, dono desta espelunca, putinha relaxada. Acho que isso prova tudo comissário.
- Ingrid, eu te amo.
O tempo passou, as coisas mudaram. Ingrid entrou cada vez mais em minha vida. Cada vez melhor. Joana agora não passava de uma lembrança boa, apagado todo o medo rancor dor e esse tipo de coisa. Joana agora era clara e sólida. Ingrid, esfumaçada por uma névoa de sonho e coisas boas, envolta numa aura intocável de cumplicidade. Ingrid, minha cara-metade, a que eu merecia e que estava guardada, a certa e intocável. Tínhamos ambos certeza disso.
- Cara! A Ingrid é tudo que eu sempre sonhei, é fantástica, é um sonho. Desculpa, mas não consigo não ser brega quando falo dela.
- Ah, sei lá, você não pára de falar nela, sumiu de repente, nem os amigos você vê com tanta freqüência.
- Que diabos é apanhadinho?
- Está apanhadinho por esta Ingrid hein?
E foi exatamente o que fiz. Decidi tentar. Uma duas três quatro vezes, cada vez me saía melhor. Não foi fácil, custou muito, mas um dia encontrei Ingrid. As coisas entre nós eram realmente fáceis, era fácil lidar um com o outro, ela complementava Joana, era menos fria, mais atenciosa, desde o primeiro momento tive a sensação de que nos conhecíamos há anos. Pela primeira vez em tanto tempo dormi pensando em alguém que não fosse Joana.
- Que tal tentar meu amigo?
- Não consigo me dedicar a ela porque Joana me incomoda e incita comparações e não some da minha vida.
- E aquela menina que você andava saindo?
- Não, todo dia ela martela meus dedões do pé e vai subindo, passa por minha barriga e leva embora minha fome, sobe até minhas unhas e faz com que elas desapareçam, chega na minha cabeça e toma todo o lugar.
- Você ainda não esqueceu Joana, não é?
Não teve jeito mesmo. Joana até gostava de mim, de um jeito que não me satisfazia mas era o máximo que ela podia dar. Talvez tenha sido isso que nos atrapalhou tanto, a expectativa de querer mais de um lado e o medo de não ser capaz de fornecer isso de outro. Incompatibilidade de expectativas, ou algo por aí.
- Joana, Joana, sua filha da puta miserável desgraçada. Desapareça da minha vida, dos meus pensamentos, do meu estômago, por favor!
Não teve jeito. Joana estava decidida. Ela queria curtir a vida. Talvez estivesse no seu direito, apesar de me machucar e desmontar em vários pedaços, sim, era seu direito. Horrível perder o controle e não ser capaz de dominar a situação por depender de outra parte.
- Joana não me deixe isso é uma grande cagada você é a pessoa perfeita pra mim isso não pode estar acontecendo!
- ...
- Joana eu te amo.
Escrevi ouvindo: Falling to Pieces | Faith no More
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Para este miserável André, meu amigo, comparsa, parceiro, irmão, dono desta espelunca, putinha relaxada. Acho que isso prova tudo comissário.