Feast Of Wire

rascunhe sua vida. vítima de bulling, cresce, ama demais e consequentemente dói idem. há um dom. consegue transpor essa angústia em frases que ganham notoriedade. surge uma idéia: isso dá música e a música será seu escape, ou melhor, roubará a atenção. quando menos percebe sua banda está formada. rock como nunca ninguém ousou. sax barítono, baixo e vocal. melancólico, forte e, obviamente, grave. o próprio nome entrega seu objetivo. precisa de um analgésico forte.

perde sua filha e compõe o que, se fosse obrigado a classificar, é inadjetivável. já percebeu que fazer sucesso com seu sofrimento não é tão cool como parecia lá atrás. transou muito, conheceu coisas novas e nada disso compensa aquele buraco que continua exposto, sangrando. um copo baixo, um pouco de gelo e vários químicos, que já eram seus companheiros, viram melhores amigos. é fato, nunca será compreendido, não há motivos para tentar. não trata-se de chamar atenção. já teve toda que um dia pensou precisar e tudo que quer é exatamente o contrário.

nada mais lhe prende por aqui. no palco, ínicio do show, seu corpo reclama da quantidade de drogas. e completamente consciente que era isso que aconteceria, vai buscar a única chance de, talvez, reencontrar a pequena Lyla.

não faço idéia se é real, mas é verossímel.
as vezes queria ser mark sandman.

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Where is the ritual?
And tell me where, where is the taste?
Where is the sacrifice?
And tell me where, where is the faith?

Someday there'll be a cure for pain
That's the day I throw my drugs away
When they find a cure for pain
Não enteda, ouça: Whipping the Horse's Eyes