stereoloser

24.8.05

Chico Buarque [Político]



Dois parágrafos de uma matéria da Folha de São Paulo (comentários meus em itálico).


Londres divulga "lista de conduta" pró-expulsão de estrangeiros

"Entre as atividades proibidas estão escrever, produzir ou publicar "conteúdo provocativo", pregar ou fazer discursos públicos, manter um site na internet ou exercer influência em postos como os de professor e líder comunitário."

Após a morte do brasileiro Jean no metrô londrino uma camiseta com os dizeres "Don't shoot me, I'm Brazilian" era mais comum que "No Stress" em Caiobá [ou qualquer outra praia brasileira].

"Clarke sublinhou que a intenção do governo não é "asfixiar a liberdade de expressão ou o debate legítimo sobre as religiões ou outros temas". No último dia 5 de agosto, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciou uma mudança nas "regras de jogo" no Reino Unido."

Proibir a escrita, produção, publicação, discursos, coibir a função e a influência de um professor e líder comunitário. Tudo isso não tem nenhuma relação com asfixiar a liberdade de expressão. Nosso grande Médici sabia disso há muito tempo atrás.

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Para o link com a matéria completa clique aqui.

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Abaixo uma das letras mais inteligentes produzidas durante a ditadura brasileira. Tão marota que passou pela censura, não é peleguismo de DCE/UNE e ninguém precisou pintar a cara ou ficar pulando nas fontes de Brasília [muito menos ficar gritando "impeachment" sem ao menos saber como se escreve nem sequer pensar que saindo Lula entra Severino e o que tudo isso representa].
GADO!


Cálice | Chico Buarque de Holanda e Gilberto Gil
[refrão]
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

[refrão]

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

[refrão]

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

[refrão]

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguem me esqueça